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Entrevista com o CEO do Eletro Zema. Veja o que ele pensa sobre os uniformes

No post dessa semana o CEO Romeu Zema Neto, do Grupo Zema, conta como o uso do uniforme pode gerar engajamento e auto estima nos colaboradores.

Espírito empreendedor, inspirado por seu pai, Romeu assume desde cedo os negócios da família, que hoje conta com 500 unidades. Ele ainda comenta que “o  uniforme está institucionalizado na empresa há décadas, que  passou a ser algo mais que natural, ninguém questiona”.

Veja abaixo a entrevista na integra. 

Romeu Zema Neto

iDW: Na matéria que li sobre a Elektro Zema, me chamou a atenção o fato de você ir trabalhar todo dia com o mesmo uniforme que seus colaboradores. Qual a importância desta iniciativa para você?


Romeu Zema:
Este fato já tem muito tempo, se não me engano tem uns 25 anos quando introduzimos o uso do uniforme na empresa. Já tivemos vários uniformes, de cada 5 a 6 anos o pessoal de recursos humanos sugerem mudanças na vestimenta. O uso do uniforme faz parte da nossa cultura, todos na empresa sem exceção utilizam, a pessoa que faz os serviços gerais, o motorista e o auxiliar de escritório. Para nós é algo natural. As pessoas de fora estranham, mas para nós é esquisito se não fizermos o uso do uniforme.

iDW: Fazer o gerenciamento das mudanças na organização não é algo muito simples, e sabemos que o mesmo se aplica para os uniformes. Conhecemos, inclusive, alguns projetos que tiveram algumas barreiras impostas pelos próprios colaboradores, e a forma que encontramos para motivar os colaboradores, foi instituir os uniformes começando da alta direção, descendo para os níveis gerenciais e ai então conquistamos a aceitação de toda a empresa. Existiu alguma estratégia específica para implementar o uso dos uniformes na Elektro Zema?

R. Z  Eu te diria que foi exatamente esta estratégia, os principais executivos começaram a utilizar o uniforme simultaneamente com os colaboradores, então não houve resistência. Os acionistas, eu, meu pai, meu irmão, quando decidimos que iriamos implantar o uso do uniforme, isso no final dos anos 80, aderimos a ideia.  Eu me recordo que tínhamos uns 600 funcionários na época e nós tivemos umas 3 a 4 pessoas que ficaram com oposição a medida adotada e não quiseram fazer o uso do uniforme. Em reunião nós falamos tudo bem! Em nome dos 98 % que estão utilizando, a medida está extremamente aceita e bem sucedida.  Essas resistências caíram com o tempo e isso durou um ano, e logo mais tarde essas pessoas saíram. A partir daí todos funcionários que foram admitidos posteriormente já recebiam o uniforme da empresa, e hoje eu digo: – é 100 % de adesão.

iDW: Muito se fala sobre comunicação interna e como o uso adequado dela pode transformar colaboradores em embaixadores de sua marca. Você acredita que exista também uma relação que possa ser benéfica entre um uniforme adequado e o engajamento dos colaboradores?

R. Z Sim, penso! Eu mesmo já percebi em várias ocasiões por exemplo ao visitar algumas lojas e até mesmo departamentos, uma certa satisfação das pessoas ao saberem que todos na empresa vestem a mesma camisa. Isso ocorre tanto literalmente, quanto efetivamente, eu vejo as pessoas mais próximas, Parece que o vestir sempre foi algo que o ser humano usou para se colocar acima do outro para se distanciar, a marca da etiqueta tal, famosa, eu tenho, você não tem, enfim, o uso do uniforme te deixa mais próximo das pessoas e você estando mais próximo, se comunica melhor acabando com as barreiras, o que é extremamente produtivo para a empresa. É importante que qualquer um possa vir até mim e falar de um problema que está ocorrendo ou até mesmo falar com o chefe. Não há barreiras, nem distinção.

iDW:  Grandes empresas utilizam os uniformes como ferramenta para sustentar uma estratégia de posicionamento adequado. Você acredita na força desta ferramenta para dar suporte para as estratégias de marketing? Como isto é feito na Eletro Zema?

R. Z – O fato de termos hoje 7.800 colaboradores com a logomarca estampada no uniforme, não deixa de ser uma divulgação. Eles estão andando na rua, estão em contato com pessoas e eu diria que somado a tudo que disse em relação essa questão da satisfação da motivação interna, melhoria da comunicação e etc, o uniforme é uma forma de divulgar muito boa que a pessoa está vestindo ele, é algo pessoal, deixando claro a marca que ela representa.

 

iDW: Falamos até aqui dos uniformes pensados estrategicamente, mas sabemos que do ponto de vista de recursos humanos, ele precisa também ser pensado tecnicamente, ou seja, na sua funcionalidade, durabilidade, usabilidade, conforto, entre outras coisas. De que forma isto foi feito no desenvolvimento de seus uniformes?

R. Z – Eu te diria que sempre pensamos no conforto do colaborador! Nós temos lojas que vão desde os estados de Minas Gerais, sul da Bahia, Goiás, Espírito Santo e interior de São Paulo. Algumas regiões muito quentes.  Em análise da viabilidade do uniforme tivemos casos que ao testarmos o uniforme ele teria sido reprovado pelos funcionários por uma questão de conforto térmico. O tecido sintético por exemplo, retém muito calor, esquenta demais. Neste caso, procuramos fazer um uniforme que atendesse o conforto. Outra preocupação foi com a cor do tecido que hoje utilizamos, um azul celeste, cor que não suja muito ou que possa manchar. Em alguns casos específicos o uniforme foi pensado de acordo com o desempenho das funções do colaborador. Por exemplo o pessoal que trabalha com carga e descarga, eles têm um uniforme mais escuro, pois estão sempre em contato com caixas e mercadorias e, se fosse uma camisa muito clara, teríamos um problema de sujidade muito grande. A princípio utilizamos uma camiseta polo e quanto ao restante adaptamos o tecido misto algodão e poliéster.

iDW:  Por fim, gostaria que você resumisse em poucas palavras, do ponto de vista gerencial, a maneira como a Eletro Zema, na pessoa de Romeu Zema, trata dos uniformes de seus colaboradores.

R. Z – O uniforme para nos passou a ser igual a falar português todos os dias. Você ao levantar não pensa que língua vai falar hoje, e devido há muito tempo, até mesmo décadas, que o uniforme está institucionalizado na empresa, ele passou a ser algo mais que natural, ninguém questiona, não há reclamações, exceto quando o Recursos humanos as vezes opta por mudar e colocar um modelo que fica mais quente. Hoje nós temos atendido necessidades especiais, como os uniformes para gestantes, que foram desenvolvidos especialmente pelos recursos humanos. Tentamos adequar o uso do uniforme comum, o que ficava pouco viável. Por exemplo no caso dos colaboradores que fazem carregamentos especiais, o tecido precisa ser mais resistente e escuro para evitar o aparecimento de sujidade.

Nos primeiros uniformes havia um padrão único, hoje há camisas masculinas e femininas, pois as mulheres são mais cinturadas e reclamavam que o uniforme estava muito mal vestido. Temos também um cuidado com as pessoas com problemas de sobrepeso.

Pra nós usar uniforme é algo cultural e usual, pois não discutimos que língua falaremos na semana que vem.

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